quarta-feira, 20 de março de 2013

Papa Francisco recebe Dilma Rousseff no Vaticano


O papa Francisco disse nesta quarta-feira à presidente Dilma Rousseff que é necessário empenho conjunto para combater as drogas e reforçar os valores e os princípios para a juventude. Dilma foi a primeira chefe de Estado recebida por Francisco, depois da cerimônia que marcou o início do seu pontificado, na terça-feira. Na conversa, o papa lembrou que a construção do futuro depende da juventude.Presidente do Brasil foi recebida na biblioteca do palácio apostólico.— (O Papa) falou sobre a importância da juventude na construção do futuro da humanidade e que a Igreja (Católica), como uma instituição secular, tem no jovem um foco muito grande — disse a presidente, após o encontro com o Papa, no Vaticano.

Dilma disse que Francisco ressaltou que é fundamental, para o combate às drogas, reforçar valores e princípios.
— Conversamos sobre a questão das drogas e do crack, o reforço de valores, princípios e símbolos para a juventude — destacou ela.
Ao se dirigir aos cardeais, no último dia 15, o papa pediu que eles usem a sabedoria, que apenas o tempo e a idade ensinam, para conquistar fiéis. Na ocasião, improvisando o discurso aos cardeais, Francisco lembrou que o conhecimento e a sabedoria são aprimorados com o passar dos anos.
— Ser idoso é a sabedoria da vida, levemos essa sabedoria aos jovens — disse, na semana passada.
A presidente acrescentou que o Papa confirmou que participará da Jornada Mundial da Juventude, nos dias 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro.
— Ele (o Papa) disse que espera uma presença grande dos jovens (durante a jornada) — contou ela.
Segundo Dilma, o papa disse que pretende, depois da jornada, visitar Aparecida (SP) — onde está a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, considerada uma das maiores do mundo, construída em homenagem à santa de mesmo nome encontrada por pescadores no interior de São Paulo.
— Ele (o Papa) disse que vai a Aparecida, depois (da jornada). Ele até me lembrou que, em 2007, esteve em Aparecida, e me deu um livro do que eles (os bispos latino-americanos) fizeram em 2007 — contou a presidente, lembrando da recomendação de Francisco de que ela "não leia o livro todo".
"Você não precisa ler tudo porque você pode se aborrecer, então você pega o índice e vai nos assuntos que te interessam, ele me disse", contou Dilma, entre sorrisos, demonstrando o bom humor de Francisco.
A presidente se disse impressionada como o Papa se comporta como uma pessoa normal.
— Ele (Francisco) é o primeiro muitas coisas: é o primeiro Francisco, primeiro jesuíta, primeiro latino-americano e primeiro argentino — acrescentou Dilma, informando que percebeu bastante entusiasmo no Papa.
O papa Francisco demonstrou conhecer a política de combate à pobreza e à fome desenvolvida no Brasil. Dilma reiterou que a prioridade dele é dar assistência aos pobres e mais frágeis, tema que Francisco ressaltou em seus sermões desde que foi eleito Papa no último dia 13.
— O Papa é extremamente carismático e tem um compromisso com os pobres, o que torna a relação com o Brasil muito importante porque o governo brasileiro vem, nos últimos 10 anos, a partir do Lula focando a questão da superação da pobreza.
— (Expliquei para ele que essa) é uma política de Estado. Expliquei como é que estamos. Mas ele conhecia bem. Não houve surpresa, ele conhecia bastante bem — acrescentou.
A presidente disse ainda que, durante a audiência, o Papa contou ter se emocionado ao ver um catador de papel argentino, representando a categoria, na cerimônia de inauguração do pontificado.
— Ele (Francisco) tratou da questão de proteção às populações mais fragilizadas. Eu falei que nós fazemos uma missa com os papeleiros (os catadores de papel). Ele falou bastante sobre isso — disse Dilma.
— A conversa foi muito boa e muito interessante. Fui a primeira a ser recebida depois da entronização (que marca o início do pontificado). O Papa, inclusive, disse: "Você pode falar porque é a primera vez que estou recebendo uma pessoa aqui".
Dilma informou que o Papa entende bem o português e fala uma mistura do idioma com o espanhol.
— Ele fala portunhol, como nós — brincou.
Ela ficou impressionada com o carisma de Francisco.
— Ele é um Papa normal — ressaltou.

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