quarta-feira, 27 de março de 2013

Jovem de Israel acha mãe biológica em Santa Catarina


Bary Livny é a quinta jovem a encontrar família no Brasil desde a série de reportagens do DC.O reencontro de Bary Livny com a mãe biológica é uma questão de tempo. Adotada dias após o nascimento por uma família Israelense, há 25 anos, a jovem natural de Itajaí, no Litoral Norte catarinense, soube na segunda-feira que a mulher que procurava chama-se Rute da Silva Reis, tem 50 anos, mora em Camboriú e a deu em adoção por falta de condições de criá-la. Em Santa Catarina, ao receber a notícia, Rute pôs-se em um choro incontido, disse que tinha esperança, mas que amargava o arrependimento.


A mãe da menina registrada no Brasil como Bary Bernardes, e adotada em junho de 1987, foi encontrada em Camboriú pelo major Marcus Roberto Claudino, da Coordenadoria de Pessoas Desaparecidas da Polícia Militar de Santa Catarina. 

— Ela não conseguia parar de chorar. Tivemos de ampará-la. A primeira coisa que pediu foi para mandar uma mensagem à filha, para explicar seus motivos. Ela já tinha pouca esperança de encontrá-la, mas se dizia muito arrependida. 

A PM foi a ponta da corrente. Outro elo é a ONG Desaparecidos do Brasil, que trabalha para a localização de jovens adotados ainda bebês por estrangeiros em Santa Catarina, na década de 1980. O tráfico internacional de crianças foi retratado na série de reportagens Órfãos do Brasil, publicada pelo Diário Catarinense em agosto de 2012. Desde então, quatro mães tiveram seus filhos biológicos identificados. 

O personagem que motivou a série de reportagens, Lior Vilk, é o último elo da corrente. Morando em Israel, foi a ele que Bary Livny, que nem sequer fala português, recorreu para localizar a mãe. A partir daí, todas as informações e documentos que a jovem possuía foram enviados à ONG Desaparecidos do Brasil, que acionou a Polícia Militar.
— Bary pulou até o céu de alegria. Uma das irmãs biológicas dela tentou fazer contato com ela ontem (segunda-feira). Ela não entendeu nada, mas ficou muito emocionada — disse Lior, em mensagem via internet.
De acordo com o major Claudino e o levantamento da ONG, o processo de adoção de Bary é "aparentemente" legal. Os documentos citam o nome de solteira da mãe biológica, Rute Bernardes, e outras informações verídicas. No entanto, as suspeitas de irregularidade no processo residem nos fatos: da rapidez à falta de dados.
— Em todos os documentos, apenas o nome da mãe é citado, nenhum número, RG ou endereço da família biológica. Um funcionário do cartório foi testemunha no processo de adoção, cuja sentença levou três dias. E mais, o processo, de apenas quatro páginas, nem mesmo menciona qualquer relatório detalhando a carência da mãe, a falta de condições de cuidar da criança. É muita falta de subsídios, que são a base para qualquer caso como este — explica o policial militar.
O reencontro de Bary e dona Rute deve acontecer pela internet, nos próximos dias, quem sabe, logo depois da Páscoa.
Coordenadoria de Pessoas Desaparecidas da Polícia Militar do Estado de Santa CatarinaRua Visconde de Ouro Preto, 549 - Centro
Florianópolis - Santa Catarina - Brasil
CEP 88.020-040 -(55) 48 - 3229 6375 
E-mail: desaparecidos@pm.sc.gov.br 

>>> Assista ao vídeo com o depoimento de Rute, mãe de Bary Livny 
DIÁRIO CATARINENSE

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