Por cinco vezes nos últimos dois anos e 10 meses, moradores de Luis Alves foram despertados à noite por explosões vindas das agências bancárias da cidade. Desde a primeira vez, em julho de 2011, os outros ataques passaram a se tornar rotina.
Ontem de manhã, após mais uma ação dos bandidos na agência do Banco do Brasil, no Centro, a população deu sinais de cansaço perante a inércia do Estado. Diante de uma fachada destruída e dois caixas eletrônicos estraçalhados pela explosão de dinamites, um grupo de moradores reclamou da terceira ocorrência em três meses:
– Está feio o negócio. Na última vez, demoraram quase 90 dias para reconstruir a agência do Banco do Brasil. Imagina agora! É um absurdo – indignou-se o morador Patrick Silvério, 30 anos.
O absurdo a que se refere o morador de Luis Alves iniciou em 29 de dezembro. Com ataques a agências do Banco do Brasil e Bradesco, os moradores tiveram limitado o acesso a serviços bancários. Contas precisaram ser pagas nos Correios e casa lotérica.
Ontem, por volta das 3h, seis homens armados chegaram ao banco em um Corsa, com placas de Balneário Camboriú, e um Uno furtado, de Luis Alves. Renderam o vigia do banco e atiraram contra ele e o vidro da unidade. Segundos depois, explodiram os caixas eletrônicos e fugiram. Logo na saída da agência, três policiais militares conseguiram flagrar o grupo, que recebeu os PMs com tiros. Mesmo com a troca de disparos, os seis conseguiram fugir em direção a Ilhota. Próximos à BR-470, capotaram os veículos e houve outra troca de tiros. Cinco deles estavam no Corsa e um no Uno. Todos correram para o matagal.
Ontem de manhã, por volta das 11h15min, Edson de Souza, 19 anos, foi preso em Ilhota, ao tentar fugir pelo Rio Itajaí-Açu. Segundo o delegado responsável pela prisão, Egídio Ferrari, Souza tem passagens pela polícia, assim como os outros suspeitos de participação no assalto. O jovem preso é natural de Balneário Camboriú. Em depoimento a Ferrari, confessou que dirigiu um dos veículos usados no roubo. Na fuga, ele estava sozinho com o Uno furtado e capotou o carro na BR-470. Correu para o matagal e ficou escondido até ser localizado.
Os outros cinco suspeitos estão foragidos. Em um dos carros, a polícia encontrou R$ 8 mil, o colete à prova de balas levado do vigilante e um tênis. Diante do material apreendido, a polícia acredita que o grupo não conseguiu levar qualquer quantia roubada.
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