terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Documentos recolhidos na Operação Tapete Negro, em Blumenau, serão analisados para apurar supostas fraudes em obras


Materiais ajudarão nas investigações de denúncias de crimes contra a administração pública, fraude em licitações, desvio de verbas e formação de quadrilha

A investigação da Operação Tapete Negro junto à Procuradoria-Geral deve durar, no mínimo, quatro meses. A informação é do coordenador do Grupo de Atuação Especial e Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), Alexandre Grazziotin, que esteve à frente da força-tarefa para cumprir 37 mandados de busca e apreensão em Blumenau, segunda-feira. Três ficaram em aberto. 

Cerca de 50 agentes, vindos de seis cidades, trabalharam na coleta de documentos e equipamentos de informática em empresas, casas e nas secretarias de Obras, Serviços Urbanos, na Diretoria de Compras, que responde à Secretaria de Administração, e na Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB). Agora, a investigação vai analisar se houve crime de fraude em licitação, desvio de verba pública e formação de quadrilha. 

— O material será catalogado pela Procuradoria-Geral e depois será avaliado se cabem novas medidas judiciais, como oitiva de depoimentos ou requisição de novos documentos. Depois é que será analisado se haverá oferecimento de denúncia à Justiça ou não — explicou Grazziotin. 

O material apreendido será confrontado com elementos que já faziam parte da investigação do Ministério Público. A averiguação começou em 2006, pelo promotor da Moralidade Pública de Blumenau Gustavo Mereles Ruiz Diaz, que acompanhou as diligências de ontem, mas preferiu não se manifestar. Agora, está com a Procuradoria-Geral do órgão porque uma das 30 pessoas investigadas possui foro privilegiado, por prerrogativa da função. Os nomes não foram divulgados pelo Gaeco. A denúncia aponta irregularidades em licitação aberta pela prefeitura, da qual a vencedora foi a URB, que terceirizou o serviço. A operação foi batizada de Tapete Negro porque está relacionada a obras de asfaltamento na cidade. 

A força-tarefa durou mais de 11 horas. Logo no início da manhã, agentes chegaram no prédio das secretarias, na Rua 2 de Setembro. Durante toda a operação a ordem era de que ninguém, com exceção dos envolvidos na operação e os servidores municipais, entrasse no prédio. A cada pessoa que entrava ou saía, uma funcionária chaveava a porta. Os agentes que passavam com caixas em direção aos carros também não falavam nada. Do lado de dentro, a movimentação de pessoas entre uma sala e outra era pequena. Um dos secretários que acompanhou a operação, Éder Marchi, de Serviços Urbanos, falou sobre o andamento da operação:

— Designei uma equipe técnica para acompanhar os trabalhos da operação. Na secretaria, foram recolhidos documentos de 2006 para cá.

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